Es indispensable que los educadores conviertan las actividades de circo enartes del circo para que en el área de la educación física, el arte del circo sea realmente una vía de expresión – comunicación corporal (INVERNÓ, 2003).
A expressividade nesse trabalho compreende as brincadeiras cantadas, as atividades circenses, ginastica e danças, por envolver ritmos, criações, comunicação pelo movimento e relações intra e interpessoal, são aqui entendidas como manifestações corporais expressivas.
Nesse texto, não há uma preocupação como o aprofundamento da história do circo, mas nas leituras sugeridas sobre o tema, estão disponíveis vários textos sobre a arte do circo e sua evolução ao longo do tempo.
O circo conforme (DUPRAT e BORTOLETO, 2003) é um conhecimento milenar, por muito tempo enigmático, marginalizado, restrito, porém sempre fantástico. Para esses autores, a transformação do circo nessa nova configuração, também chamada de circo novo, diferente do formato antigo, tradicional, possibilitou abertura para o acesso e disseminação de diferentes conhecimentos. Esse fato possibilitou uma abrangência de profissionais e estudiosos de outras áreas, como o teatro, dança e por consequência, os profissionais de Educação Física escolar.
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As atividades circenses, segundo (DUPRAT e BORTOLETO, 2003), aparecem como representante da renovação dos conteúdos da Educação Física escolar. Esses autores consideram que essas atividades se constituem em uma nova opção para os professores de Educação Física, mas destacam que ainda é explorada de modo tímido e pontual.
A Educação Física escolar, como qualquer outra área do conhecimento, está em constante busca, por isso, o novo é sempre muito bem-vindo, mas precisa de cautela, pois em “face ao novo, não repele o velho por ser velho, nem aceita o novo por ser novo, mas aceita-os na medida em que são válidos”. (FREIRE. P, 1983). Isso significa que a Educação Física não necessita de novidades, mas de transformações. Por isso, não é apenas de novas atividades, mas de uma pedagogia que dê novos significados, mesmo às práticas já conhecidas. Para atender às novas necessidades e contribuir para a transformação pessoal e social, a Educação Física deverá situar-se em relação a esse novo papel.
Nesse sentido, ao organizar um programa envolvendo as atividades circenses para as aulas de Educação Física, necessita observar alguns critérios, pois para essas atividades, segundo (DUPRAT e BORTOLETO, 2003), precisam ser discutidas as características de sua aplicação nos âmbitos recreativos, educativos, social e profissional. Esses autores consideram ainda, que esse contexto é favorável aos profissionais de Educação Física, pois a compreensão desse novo perfil de público, seus objetivos, necessidades, possibilidades, serão tarefas fundamentais ao profissional da área. E consequentemente, será necessário o desenvolvimento de uma pedagogia que dê conta dessas novas necessidades e desse novo espaço de atuação.
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Diante disso, (DUPRAT e BORTOLETO, 2003) ao citar Invernó (2003), Consideram:
O circo como uma atividade expressiva, que reúne toda uma série de conhecimento de alto valor educativo, que lhe dão coerência e justificam sua presença no currículo educativo. Uma atividade que requer uma pedagogia própria, ou ao menos preocupada com suas particularidades.
No contexto da Educação Física escolar, as atividades circenses descortina um universo de possibilidades de aplicação nas aulas. Para (BORTOLETO e MACHADO 2003), a inserção das atividades circenses na escola se justifica pelo fato de que ela enquanto instituição de ensino comprometida em transmitir o legado cultural, não pode ser indiferente a esse conteúdo. Além do aspecto cultural, as atividades circenses possibilitam o desenvolvimento de outras habilidades que podem ser analisadas sobre diferentes perspectivas.
Para a Educação Física que defende a diversidade de ações para o enriquecimento do acervo cultural e motor, além de acreditar que o movimentar-se constitui em manifestações expressivas, as atividades circenses, desde que respeitadas algumas ressalvas, podem ser grandes aliadas da educação física escolar.
Entre as muitas possibilidades que essas atividades oferecem para as aulas, conforme o quadro a seguir, é importante considerar os espaços e os recursos materiais disponíveis, o conhecimento prévio dos alunos em relação às habilidades a serem desenvolvidas, para a escolha e o sequenciamento das atividades.
Classificação das modalidades Circenses de acordo com as ações motoras gerais
Segundo BORTOLETO E MACHADO, 2007), “o papel fundamental da Educação Física é proporcionar o contato das crianças com a cultura corporal do circo, em seu nível de exigência elementar, destacando as potencialidades expressivas e criativas, além dos aspectos lúdicos dessa prática. Assim sendo, as modalidades que necessitam de pouca infra-estrutura, como as que utilizam materiais de tamanho pequeno e as que não utilizam nenhum material, são consideradas as de mais fácil aplicabilidades na escola.
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Sobre outro aspecto, (FERREIRA, 2006). Considera que essas atividades proporcionam um vasto leque de aplicação nas aulas de Educação Física escolar. Com esse tema, podem ser desenvolvidos exercícios que envolvam equilíbrio, flexibilidade, coordenação motora, expressão corporal. Além do desenvolvimento das capacidades motoras individuais, as atividades circenses podem favorecer a cooperação em detrimento da competição. Nesse sentido, (SIMÕES, GOMES e OLIVEIRA 2008) consideram que:
[…] as atividades circenses introduzidas nas aulas de Educação Física também tratam das possibilidades de aprendizagem e desenvolvimento discente, destacando alguns pontos como: a melhoria da coordenação motora fina e global, da noção espaço-temporal, melhoria do equilíbrio corpóreo e da concentração; o desenvolvimento da autonomia; a superação do individualismo, a mudança do foco da disputa (contra os outros estudantes para seus próprios resultados); o trato com essas práticas corporais em outros ambientes, que não a escola, entre outros.
Ao planejar o bimestre envolvendo as atividades circenses, o professor precisa considerar pontos importantes, pois O entusiasmo do aluno em aprender algo advém das experiências proporcionadas pelo professor. Para isto acontecer, o professor deve fazer um planejamento minucioso, elaborado de acordo com as características de cada faixa etária, sempre buscando as novas praticas corporais, com metodologias que possuem uma sequência pedagógica, fazendo com que as aulas sempre tenham novos desafios. (MASSERU,2010).
A organização e sequência pedagógica para o desenvolvimento das atividades circenses nas aulas de Educação Física escolar, precisa considerar que elas podem ser compreendidas sobre diferentes aspectos. Por isso, o planejamento precisa considerar que essas atividades tanto privilegiam os aspectos motores, como também as múltiplas linguagens e a cultura. Diante disso, cabe ao professor, o desafio de organizar e sistematizar suas ações de maneira que envolvam esses aspectos, pois todos são de grande relevância ao desenvolvimento pleno dos alunos.
As atividades envolvendo as habilidades motoras de manipulação, tradicionalmente desenvolvida nas escolas, estão na maioria das vezes relacionadas às aquisições necessárias ao desenvolvimento esportivo, como lançar, receber, quicar. Já o malabares, enquanto habilidade de manipulação requer um domínio mais elaborado dos movimentos, o que requer concentração e disciplina, além de ser desafiadora.
“Existem diversos tipos de malabarismo, mas em geral, a essência é a mesma. Consiste em manter objetos no ar, lançando e executando manobras e truques. Pode ser praticado com objetos das mais variadas formas e materiais, dependendo das habilidades e da imaginação, mas as práticas mais comuns são com bolinhas, rebote, claves, diabolô, bastão, swings, e massa. Envolve a criatividade e a ludicidade, além de habilidades como: equilíbrio, coordenação motora, agilidade e utiliza-se dos dois hemisférios do cérebro (DUPRAT, CALÇA E BORTOLETO, 2007).
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O trabalho com malabares pode ser iniciado com a própria confecção do material com os alunos. Confeccionar as bolinhas, usando balão e sementes, como arroz ou painço, e as claves com madeira e garrafas pets. O uso de materiais leves com tule pode facilitar o processo de aprendizagem. Outra habilidade que também é desenvolvida desde a educação infantil é o equilíbrio, mas nem sempre ultrapassa as tarefas de caminhar sobre o banco sueco, tanto na sua posição normal como invertida ou ainda a corda bamba, pé de lata.
O importante é considerar que, além do desenvolvimento motor, essas atividades envolvem outras dimensões, conforme (BORTOLETO 2003), Para desenvolver o equilíbrio, há um estímulo positivo à cinestesia, como também, o desenvolvimento de qualidades físicas como força, flexibilidade, resistência; e qualidades afetivas como respeito, autonomia, superação; e sociais como trabalho em grupo e a colaboração dos outros.
As encenações ligadas às artes corporais como as interpretações, as danças e músicas e palhaço estão relacionadas às manifestações criativas, expressivas, ao trabalho em equipe e a cooperação. Assim, essas atividades podem reunir as habilidades de manipulação, acrobacias e equilíbrio. Com isso, o professor ao planejar o bimestre para o desenvolvimento das atividades circenses, seria interessante considerar a possibilidade de realizar uma apresentação no final do bimestre, onde cada um teria a oportunidade realizar aquilo que mais se identificou. Dessa forma, todos teriam a oportunidade de participação, cada um, ou cada grupo de sua maneira.
Nesse pensamento, (BARONI, 2006) considera que, “a acrobacia, o malabarismo, o trapézio, o palhaço, a corda bamba, o contorcionismo, enfim, as mais diversas formas de manifestação dessa arte, são vivenciadas a partir da escuta dos corpos brincantes que expressam medo, vergonha, angústia, ansiedade, satisfação, coragem, dificuldades e qualidades físicas e emocionais, que são mediadas para que cada um se torne sujeito atuante”.
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Bibliografia
- AYOUB, E. Reflexões sobre a Educação Física na Educação infantil. Revista Paulista de Educação Física, São Paulo, supl. 4, p. 2001.
- BARONI, J. F. Arte circense: a magia do encantamento. Dentro e fora das lonas. Pensar a prática, Goiânia, n. 1, v. 9. 2006. Disponível em: http://www.revistas.ufg.br/index.php/fef/article/view/126/121 Acesso em 10 de junho de 2016
- BORTOLETO, M. A. C. A perna de pau circense: o mundo sob outra perspectiva. Revista Motriz, Rio Claro, v. 9, n. 3, 2003.
- BORTOLETO, M. A. C. ; CARVALHO, G. A. . Reflexões sobre o Circo e a Educação Física. Corpoconsciência (São Paulo), Santo André – SP, v. 2, n. 12. 2003.
- FREIRE, P. Educação e mudança. 6ª ed, Rio de Janeiro, Paz e Terra, 1983
- MASSERU, P. C. Educação Física Escolar no Ensino Médio no Município de São Vicente: Motivação dos alunos, Recursos Materiais e caracterização do Professor. Santos –SP. 2010. Disponível em :< http://www.unisanta.br/Pesquisa/RelacaoDeBolsistas>. Acesso em 20 de junho de 2012.
- NEIRA, M. G.; NUNES, M. L. F. Pedagogia da cultura corporal – Crítica e Alternativas. São Paulo: Phorte Editora, 2006.
- PÉREZ GALLARDO, J. S. Discussões preliminares sobre os objetivos de formação humana e de capacitação para a Educação Física Escolar, do berçário até a quarta série do ensino fundamental. Tese (Livre-Docência) – Faculdade de Educação Física, Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2002.
- SOARES, C. L. et al. Metodologia do ensino de Educação Física. São Paulo: Cortez, 1992.
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